Schröder, Friedrich Ludwig
SUA BIOGRAFIA PROFANA ( ENQUANTO ATOR DE TEATRO )
SCHRÖDER, FRIEDRICH LUDWIG (1744-1816), ator alemão, diretor teatral e dramaturgo, Schröder foi o primeiro a encenar Shakespeare no teatro alemão. Nasceu na cidade de Schwerin no dia 2 de novembro de 1744.
Começou a carreira de ator ainda criança, na Companhia de Teatro do padrasto, Konrad Ernst Ackermann. Aprendeu tudo o que lhe foi possível com a própria mãe, a atriz Sophie Schröder, e com Ackermann, que era um comediante notável, Mas o seu maior mestre e inspirador foi o ator Konrad Ekhof, que se tinha incorporado à Companhia Teatral de Ackermann, em 1764.
Em 1771, com apenas 27 anos, Schröder foi nomeado Diretor do Teatro da Cidade de Hamburgo, cargo no qual se manteve durante nove anos.
Neste período, o destaque de sua atuação deveu-se principalmente à encenação – pela primeira vez na Alemanha – de diversas obras de Shakespeare, entre elas Hamlet, Iago, Shylock, Rei Lear, Falstaff, e Macbeth. Schröder se firmou como o ator de maior prestígio da época na Alemanha, evidenciando um perfeito domínio da expressão corporal e vocal.
Logo que assumiu o cargo de diretor do Teatro de Hamburgo, Schröder levou à cena as obras dramáticas de Goethe (von de Göthz Berlichingen, Clavigo, Stella), Friedrich Maximilian von Klinger e Heinrich Leopold Wagner. Da Inglaterra trouxe também as obras O Gamester, de Edward Moore, e O Comerciante de Londres, de George Lillo.
Schröder deixou Hamburgo em 1780 e passou os quatro anos seguintes como Diretor do Teatro da cidade de Viena (Viena Burgtheater). De 1785 a 1798 ele foi novamente Diretor do Teatro de Hamburgo, onde encenou muitas das obras que tinha escrito em Viena.
F. L. Schröder morreu aos 72 anos de idade, na cidade de Rellingen, a 03 de setembro de 1816.
SUA BIOGRAFIA ( MÍNIMA) MAÇÔNICA: ( FUNDADOR DO RITO SCHRÖDER, QUE LEVA O SEU NOME )
Nota do Editor do BLOG:
“ O Rito Schröder hoje é praticado no Brasil por mais de 2.000 Maçons em um pouco mais de 100 Lojas, tornando-se a Nação que possui mais Lojas e Irmãos na pratica do respectivo Rito, ultrapassando inclusive a própria Alemanha que atualmente possui somente 26 Lojas praticando o Rito “
Continua…
“… que ele o conhecia como um bom homem”
Em 8 de setembro de 1774, foi realizada uma Loja de Aprendiz ordinária.
Estavam presentes os Irmãos:
von Wickede, Venerável Mestre,
Nagant, 1º Vigilante,
Bubbers, 2º Vigilante,
Matthias, Tesoureiro,
Suse, Secretário,
Stubbe,1º Diácono,
Naudi, Mestre de Cerimônias e 23 Irmãos membros
“Em seguida o Venerável Mestre propôs aos Irmãos que um senhor de nome Friedrich Ludwig Schröder, um homem livre, diretor dos atores locais, apresentou-se a muito tempo e de forma séria para que fosse iniciado em nossa venerável Ordem. Apesar de que uma comunicação deveria ser feita normalmente com 14 dias de antecedência perante uma Loja, ele poderia, neste caso, comprovar através do seu depoimento correspondente à verdade, que o conhece como homem bom, ao qual aderiram os Irmãos Bubbers, Nagant, Mathias, Rodde e Suse”.
“O Ir. Papenguth foi incumbido da preparação, após o dinheiro ter sido entregue ao Ir. Tesoureiro, o qual tudo fez de direito, e o Iniciando foi conduzido pelo Tesoureiro e o Mestre de Cerimônias para o recinto da Loja”.
“OVenerabilíssimo Irmão Jänisch, Grão-Mestre Provincial de Hamburgo e Baixa Saxônia, entrou na Loja, e a ele foi oferecido o malhete, o qual ele devolveu”.
“O Candidato proposto chama-se Friedrich Ludwig Schröder, com 29 anos de idade, de religião Luterana, residente em Hamburgo e foi admitido como Aprendiz”.
Como Schröder chegou a Maçonaria? Desde 1773, o Ir. Bode, que foi, durante muitos anos, o Venerável Mestre da Loja Absalom, e simultaneamente o Grão-Mestre Adjunto da Grande Loja Provincial de Hamburgo e Baixa Saxônia, o fez conhecer a maçonaria, e em 8 de setembro de 1774, Schröder foi iniciado na Loja “Emanuel zur Maienblume” sem que fosse escrutinado, sinal do grande prestígio que ele possuía em meia a população de Hamburgo.
Seis semanas após a sua iniciação, ele, ainda no grau de aprendiz, fundou uma Loja que levou o nome “Elise zum Warmen Herzen” (Eliza ao coração ardente), para que os membros de sua Trupe pudessem ser aceito nela, obtendo desta forma uma posição moral fixa. Porém, após três anos, a Loja adormeceu.
Em 1775, ele recebeu o Grau de Mestre e foi eleito Venerável Mestre da Loja
Emanuel em 28 de junho de 1787, apesar de ter residido na cidade de Viena de 1781 até 1785, época em que pouco se dedicou a Loja.
Em 1779, aconteceu a sua eleição para Grão-Mestre Provincial Adjunto, e em 1814, pra Grão-Mestre da Grande Loja de Hamburgo.
Na época de sua iniciação, maçonaria na Alemanha recai no período mais escuro de sua história. Com a Estrita Observância, o caráter simples da Maçonaria Inglesa foi perdido, sendo ela substituída pelo misticismo, alquimia, rosacrucianismo, iluminismo e altos grausvindos da França. Em Hamburgo também apareceram estas idéias fantasmagóricas.
Não deixa dúvida que Schröder um homem tão sério e simples, queria através da maçonaria a educação para uma Moral verdadeira, não compactuando com tais futilidades.
Em 1782, no Congresso de Wilhelmsbad, a Estrita Observância foi levada ao Túmulo. No ano seguinte em Hamburgo foi escolhida uma Comissão de Irmãos e foi lhe dada a determinação para restabelecer novamente a legislação das Lojas e refazer a Maçonaria segundo o modelo Inglês. Cinco anos se passaram sem que nada de substancial fosse realizado.
Em 1788, Schröder foi eleito para esta Comissão e no final do ano, ele apresentou o seu trabalho totalmente concluído.
Segundo os fundamentos dos Livros das Constituições de 1723, ele montou a maçonaria em três graus, abolindo o quarto, da Loja Escocesa. Sobre suas intenções ele escreve:
“Logo após minha eleição para Venerável Mestre, eu me dediquei intensamente a maçonaria, não economizando nem esforços e nem dinheiro, para conhecer o assim chamado Sistema e todas as ‘peças’ que eram praticadas sob o nome da maçonaria e de tornar público as minhas idéias sobre a origem da maçonaria que eu já havia comunicado a Bode em 1787, através de vários documentos que foram apresentados aos maçons em 1723”.
“Diversas dessas foram publicadas através de impressos; porém felizmente, eu achei em nosso arquivo um exemplar do Antigo ritual que havia sido usado em uma Loja na Alemanha, e que acabou com todas as minhas dúvidas … agora eu possuía documentos para elaboração”. E no lugar disto: “A Maçonaria não é uma Ordem, o Livro da Constituição Inglesa e os nossos, nunca usam esta expressão, mas sim uma Corporação de Profissionais, Guilda, Fraternidade”.
“Os antigos Alemães as chamavam de corporações, isto é, guildas unidas, ou seja, corporações constituídas através de Estatutos e Regimentos. Daí também na maçonaria o nome Irmão, pois a associação é uma Fraternidade”.
“Como tal, ela tem assumido os símbolos da profissão de pedreiro, ela não poderá ter mais de três graus: Aprendiz, Companheiro e Mestre”.
Assim é em todos os países onde existem corporações; com o Mestre fecha o círculo; quem depois dele exige alguma coisa não é Mestre, isto é, ele não entende que sua obrigação de Mestre e habilidade da verdadeira mestria exige o máximo e somente um ingênuo pode imaginar que depois de Mestre ainda exista um Cavaleiro, um Espiritualista ou Adepto de uma Ordem.
Mas as indefinições e as insatisfações dos rituais falsificados, onde sempre permanecem lacunas, deu (junto a outros maus motivos) causa para que fosse procurada através da maçonaria a Teosófica, Ordem de Cavaleiros, Alquimia e Magia.
Nada foi mais prejudicial à maçonaria do que confundi-la com a Ordem, ela é uma fraternidade para um Trabalho, uma Construção com os necessários Estatutos, provas e habilidade para atingir as virtudes de Mestre. Isto é o máximo que um ser humano pode alcançar.
Quem conhece a inacreditável confusão que foi introduzida na maçonaria no final do século 18, deve compreender a luta de Schröder contra estes altos graus e entende que ele rejeitava antes de tudo a influência dos altos graus sobre os graus de São João (Simbólicos).
Somente, três anos após, Schröder ter apresentado a sua proposta, foi definitivamente aceita e elevada à condição de lei.
Qual o trabalho profundo está atrás desta obra? Disso, Schröder deu o testemunho em suas principais obras: “Materialen zur Geschichte der Freimaurerei seit ihrer Entstehung bis 1723” (Materiais para História da Franco-Maçonaria desde a sua origem até 1723), Jena. 1815. 4ª, 314 páginas e “Materialen zur Geschichte der Freimaurerei seit der Wiederherstellung der Großen Loge in London, 5717” (Materiais para a História da Franco-Maçonaria desde o restabelecimento da Grande Loja em Londres, 5717) 4 Volumes, 8ª Ed, com 1547 Páginas.
Estas volumosas obras de Schröder foram impressas numa gráfica secretas em Jena, por Johann Karl Wesselhöft. Com certeza, Schröder assumiu os custos, que não foram pequenos tanto para a fundação como para o funcionamento desta gráfica secreta. Desta saíram seus trabalhos históricos, uma coleção dos rituais para o Engbund (Associação restrita), livros de canções, listas de Lojas, e pequenos trabalhos gráficos. A gráfica secreta continuou existindo anos após a morte de Schröder. Junto a este trabalho existe a reedição do Ritual no qual explica os significados dos símbolos da Arte Real. Estes materiais permanecem ainda como fonte de pesquisa para historiadores maçônicos.
Schröder não se deixou aborrecer pelo esforço e pelos custos para ter as cópias dos rituais de diferentes sistemas (ritos) existentes na época e elaborou o projeto de um ritual muito próximo do antigo Inglês. Este tinha como objetivo não servir somente as Lojas de Hamburgo, mas Schröder esperava, que este também pudesse ser adotado por outras Lojas. Por isto, ele se aproximou de outros que entendiam do assunto para servirem como conselheiros, sobretudo, o Diretor do Ginásio de Weimar e o pesquisador de antiguidade Böttinger e, através, deste Herder, e mais tarde Bode e Fessler.
Através do trabalho comum do Ritual chegou-se a uma intima amizade entre Schröder, o ator Herder, o Capelão da Corte e Superintendente Geral. Como era interna esta amizade, nota-se em uma correspondência de Herder para Schröder em 15, dezembro de 1800, na qual diz:
“… o senhor sabe, eu tenho um filho, seu nome é Wilhelm, que agora concluiu o seu aprendizado com o Sr. Janssen e com o melhor elogio deste e de todos que o conhecem. Como ele se mostrou tão íntimo e cordial ao Professor, ele mesmo assim se sente e nós sentimos com ele: “ele precisa ir para frente”. Agora, Irmão, eu tomo com toda confiança a sua mão, eu conduzo o jovem ao Senhor e digo: seja o Senhor o seu pai … Como ele ficará agradecido ao Senhor … e como nós vamos agradecer ao Senhor. Eu não solto a sua não enquanto o Senhor não disser sim. O Senhor o fará e totalmente, como o Senhor faz tudo. Irmão, alegre-me com palavra e ação. E nós estamos indissoluvelmente ligados até o túmulo. Faça o Senhor, o que eu não posso fazer por ele, seja o Senhor o seu pai. Com coração e espírito e tudo o que sou capaz. O seu Herde.”
De 1800 até 1803, Schröder e Herder tinham uma movimentada correspondência sobre o ritual. Schröder mandava os seus projetos para Herder e este fazia as suas observações. Não foi por milagre, que o ritual de Schröder teve rápida e duradoura aceitação pelas Lojas, já que duas sumidades espirituais são os seus pais. Ele não só foi aceito pelas Lojas coirmã da Grande Loja de Hamburgo como também as Lojas do Reinado de Hannover, as quais se filiaram em 1867, na maior parte, à Grande Loja Royal York, mas continuaram com o ritual de Schröder, ao mesmo tempo, as Lojas da Saxônia e Turíngia, algumas poucas na Suíça, na Hungria e também além mar. Para isto, que não foi fácil para Schröder triunfar com suas convicções devido à manifestação contrária do Ir. Sieviking. Este assumiu em 1789 o primeiro malhete da Loja “St Georg” e nesta oportunidade afirmou que os símbolos e cerimônias maçônicas eram farsantes e ilusórias e designou como indigno, quando homens racionais se ocupam com seriedade com isto. Ele exigiu a eliminação de todos os símbolos e cerimônias. Contra isto, Schröder se apresentou com um grandioso e elaborado pronunciamento em 3 de setembro de 1789. Neste pronunciamento, ele disse entre outras coisas:
“Com a mais viva convicção eu considero a maçonaria como verdadeira e venerável. A maçonaria, ela, cuja moralidade tão puramente admirável é apropriada a todo grande propósito final; ela, que tem todas as qualidades para fazer o ser humano melhor; ela, que é declarada inimiga de todos os preconceitos; ela, que demoliu as diferenças colocadas entre os homens na religião, na pátria e no meio social; ela, que através do nome Irmão, é a mais preciosa relíquia dos primeiros direitos da humanidade, unindo como verdadeiros Irmãos pessoas desconhecidas; ela, que tem como princípio o ensino da verdadeira tolerância, pode ser uma obra de hierarquia e os seus hábitos de força? … Com este calor pela causa, eu não sou, portando, indiferente aos seus abusos … contra o fanatismo de qualquer espécie, … contra o eterno bem fazer em palavra que nunca será realidade … Mas minha palavra, minha obrigação, minha convicção me impedem de jamais dar minha opinião sobre isto, que pode estremecer os alicerces da maçonaria. Daí, o ocorrido é para mim, surpreendentemente notável, que os maçons elejam um Mestre … que conferencia aos seus Irmãos: que ele somente quer permanecer seu Mestre, se a maçonaria fosse abolida. Pois que acabar com os símbolos significa acabar com a maçonaria … É prudente que nós acabemos com os abusos, pois é do maior interesse para nós e da formação do ser humano; é prudente a esta nobre finalidade acrescentemos e fixemos mais outra que é o bem estar da humanidade; mas que nós não podemos realizar substanciais alterações nem na nossa constituição, nem nas nossas legislações, nem nos nossos rituais e ainda muito menos numa total supressão, sem ao mesmo tempo agirmos contra toda a maçonaria e contra a nossa livre e séria obrigação.”
Além da redação do ritual está escrito como trabalho contíguo a elaboração do catecismo. Este pode ser também considerada uma obra de Mestre. Daí, entre outros, surge também o Ir. Fischer – Gera (falecido em 1905) com suas muitas edições publicadas e da mesma forma o Ir. Horneffer que tomou como base os seus trabalhos.
A enorme importância que Schröder dava ao aprofundamento dos conhecimentos maçônicos, torna-se visível através do Engbund. Quais os pensamentos que ele queria alcançar, expressa-se pelas seguintes palavras:
“Desde que eu aceitei o malhete da Loja, tornou-se para mim uma obrigação ir a fundo na natureza íntima das coisas que fez muito homem justo perder muito tempo em vão; não quero me tornar uma ferramenta de um superior desconhecido ou servir para divulgação ou reprodução de uma quimera … eu considero obrigação, de não ficar só para mim os conhecimentos que acredito ter alcançado, mas sim comunica-los a todas as Lojas grande e pequenas para o bem da maçonaria … eu creio servir substancialmente a maçonaria se eu mostrar aqueles que estão na direção das ilusões, protegendo-os contra outros mais; este é meu objetivo principal. Se for encontrada verdade na minha apresentação, então eu quero propor a criação uma união independente entre as Lojas, semelhante a uma espécie de quarto grau, criando um ritual o mais parecido possível com o antigo ritual inglês, no qual serão mostradas as verdades aos Irmãos Mestres examinados”.
Em 1797, ele propôs aos Irmãos do 3º grau a criação de uma Loja Econômica de Instrução.
“Aqui eu quero apresentar aos Irmãos os sistemas e falcatruas maçônicas … onde deveram ser tratadas questões morais e científicas de forma escrita ou oral e produzir respostas … porém o número de Irmãos era muito pequeno, o entusiasmo não durou e com apenas 18 reuniões encerraram os trabalhos desta linda instituição.
Os membros eram denominados “Irmãos de Confiança”. Mas Schröder não desistiu da idéia de formar um círculo de pesquisa científica. Assim, foi fundado o “Engbund” que realizou a sua primeira reunião em 25 de outubro de 1802, mas ele não ficou restrito a Hamburgo, pois mais de 30 Lojas de outros orientes viram no “Engbund” de Hamburgo a sua Associação – Máter e formaram os seus “Engbünde”. Eles mantinham correspondência epistolar entre si e trocavam seus trabalhos científicos e os demais. Até pentecostes de 1868 perdurou a Associação Máter com as suas Associações filhas. Então, por decisão dos Grãos-Mestres da Alemanha, ele foi dissolvido. Contudo, em seguida, várias Lojas formaram novamente os “Engbünde”.
É curioso, que Schröder que era um violento adversário dos Altos Graus, mesmo assim com os “Irmãos de Confiança” e, mais tarde, com o Engbund, propôs – segundo suas próprias palavras – “uma espécie de 4º Grau”, introduziu na Associação um ritual especial também para iniciações e ao mesmo tempo um sinal de reconhecimento próprio. Os documentos dos “Engbünde” eram guardados em um arquivo especial, contudo, ele não admitia qualquer ascendência deste Alto Grau sobre os graus de São João.
Schröder também agiu como verdadeiro Maçom relativamente à caridade. Ele constituiu uma Caixa de Pensão para os atores em Hamburgo, que até hoje leva o seu nome e, quando não havia hospital público em Hamburgo, ele estimulou em 1793, a fundação de um instituto para os empregados doentes, o qual no decorrer de algumas décadas se desenvolveu no Hospital maçônico (Elisabeth) que não é somente reservado a maçons, mas a todo doente e goza de muito boa reputação.
Nós temos que lembrar mais um ato significativo de Schröder: trata-se da declaração de independência da Loja Provincial de Hamburgo e Baixa Saxônia, pois a pressão da ocupação francesa desde 1806 pesava de maneira muito significativa sobre Hamburgo. A comunicação com a Inglaterra se tornava cada vez mais difícil e qualquer relacionamento podia ser punido com a pena de morte. Contudo, a relação com a Grande Loja inglesa, que era reconhecida de direito como Loja mãe da maçonaria alemã, já estava relaxada desde
1803, principalmente, por culpa do Grande Secretário de Londres que não respondia de maneira alguma as perguntas importantes de Hamburgo, mas também pelo fato do então Grão-Mestre de Londres ter se envolvido em direitos da Loja Provincial. Além disto, formavam-se várias Grandes Lojas sem solicitar permissão de Londres. Assim, em Berlim, em Westifalen, em Mannheim e na Saxônia preparavam-se, da mesma forma, para a fundação de uma Grande Loja Independente.
Temia-se que, se a Loja Provincial mantinha relação com a Grande Loja de Londres, a autoridade Francesa em Hamburgo poderia proibi-la, dissolve-la ou obriga-la a se subjugar ao Grande Oriente Francês como uma Loja Provincial francesa. Schröder sabiamente prevendo esta dificuldade, consultou o representante da Loja Provincial junto as três Grandes Lojas de Berlim, o Irmão Marmalle, perguntando como estas se posicionariam perante a idéia de uma Grande Loja independente de Londres em Hamburgo e recebeu como resposta: “… que em nossas reuniões anteriores já surgiu o desejo de ser independente a sua venerável Grande Loja, e que isto foi expresso com muita eloqüência; não se pode duvidar, portanto, das respostas das três Grandes Lojas daqui”.
E na ata das três Grandes Lojas de Berlim datado de 5 de novembro de 1808 está escrito: “… as três Grandes Lojas daqui reconhecerão com prazer a Grande Loja da Baixa Saxônia em Hamburgo e que seja possível que as duas Grandes Lojas em Hamburgo se unam e formem uma Grande Loja independente se prejudicar os seus sistemas”.
Porém, Schröder não queria aconselhar uma separação forçada da Grande Loja de Londres. Assim ele esperou com paciência até que na visão dos Irmãos de Hamburgo a separação não poderia mais ser evitada. Somente em 4 de fevereiro de 1811 foi convocada uma Assembléia de Mestres, Companheiros e Aprendizes das cinco Lojas de Hamburgo para deliberar sobre a separação da Grande Loja inglesa e ser declarada a independência da Loja Provincial como Grande Loja Independente de Hamburgo. Nesta Assembléia Schröder fez a exposição do tema. Dos 84 Irmãos presentes 83 votaram a favor que a então Loja Provincial de Hamburgo e da Baixa Saxônia se declarasse, a exemplo de todas a demais Grandes Lojas da Alemanha, a fundação de uma Grande Loja Independente de Hamburgo. Esta decisão foi comunicada as demais Grandes Lojas da Alemanha e do Grande Oriente.
Assim, através da declaração de independência da Grande Loja Provincial e abertura da Grande Loja de Hamburgo, Schröder demonstrou com perspicácia e retidão espiritual um acontecimento importante para a maçonaria.
Schröder pertence ao rol dos maiores que estiveram na maçonaria. Enquanto tivermos uma maçonaria ele jamais será esquecido.
Dados e Informações coletadas no Colégio do Rito Schröder do Brasil, com sede em Florianópolis – SC, e que se tem conhecimento foi o Estado Brasileiro que recebeu os primeiros praticantes do Rito na Cidade de Joinville – SC antes da 2ª Guerra Mundial, cujo Rito deixou de ser praticado durante grande período durante e pós Guerra por questões óbvias e por decreto do então Presidente Getúlio Vargas que proibiu a prática de qualquer cultura Alemã ou de sua origem no Brasil.
Atualmente a Loja mais Antiga praticante do Rito Schröder com mais de 50 anos de funcionamento no Brasil é a Concórdia e Humanitas, sediada em Porto Alegre-RS e jurisdicionada à Grande Loja Maçônica do Rio Grande do Sul.